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A literatura como antropologia especulativa (conjunto de variações)
“Os textos que compõem este livro, atravessados por uma prodigiosa invenção conceitual, apoiados em uma impressionante erudição e marcados por grande sensibilidade, se situam no cruzamento de pelo menos três áreas de conhecimento, representadas no título mesmo do livro: a teoria da literatura, a antropologia social, a metafísica. Uma concepção radicalmente nova da enunciação ficcional; uma reflexão brilhante sobre a ontologia sui generis da coisa literária; uma religação, em bases antropologicamente sofisticadas, da poesia e do romance modernos com a estoricidade do mito, esse discurso das origens que é discurso sem origem e origem absoluta do discurso. Entre muitas outras não menos, o livro nos dá páginas luminosas sobre Rosa, e Clarice, e Oswald – a tríade maior do pensamento (sim) brasileiro –; e sai do Brasil por uma Sherazade palestina (sim); e lê as Metamorfoses com as Mitológicas… O livro de Alexandre Nodari tem a força de um verdadeiro acontecimento intelectual, que muda o modo como pensamos o lugar intrinsecamente paradoxal da ficção (do texto e do gesto, do autor e do ator, do leitor e do espectador, da voz e da letra) dentro da selva infinita do que chamamos – depressa demais – de ‘realidade’. Uma viagem à volta do eu, que nos leva a muitos outros. Revolução: como se dizia” (Eduardo Viveiros de Castro)
Sobre o livro:
- No coração da ficção: resenha de José Miguel Wisnik para a revista Quatrocincoum (2025)
- O prisma e a perspectiva: resenha de Tiago Guilherme Pinheiro para a revista Alea (2025)
- Tornarno-nos nativos da literatura: nota sobre o livro na revista Cult (2025)
- A saída para as encruzilhadas no Antropoceno está não em nós mesmos, mas em nós-outros: Entrevista para o IHU (2025)
- Conhecer novos mundos por meio da ficção: Alexandre Nodari e a antropologia especulativa: Entrevista sobre o livro para o Caderno Expressões (2024)
Literatura, tradução e cosmologias indígenas
Organização de Alexandre Nodari e Adalberto Müller (Cultura e Barbárie, 2024)
Literatura, Tradução e Cosmologias Indígenas é o fruto de um simpósio homônimo realizado na UFF em novembro de 2023. Os autores dos textos aqui apresentados são pesquisadores das áreas de teoria literária, literatura brasileira, tradução, antropologia e comunicação, unidos em torno da proposta de intervir no debate sobre as diversas fronteiras e formas de contato e diálogo da cultura letrada brasileira com as cosmologias dos povos originários do Brasil. Nas últimas décadas, a tradução dos “textos” indígenas passou a ser um problema de grande relevância para a antropologia brasileira, sobretudo com aquilo que a antropologia nomeou artes verbais – e que os estudos literários classificaram o mais das vezes com os conceitos, nem sempre adequados para o caso, de “literatura oral” ou “performance”. Na história da literatura brasileira, as cosmologias indígenas sempre sofreram simplificações e reduções num processo tradutório de “domesticação”. No entanto, novas perspectivas antropológicas e literárias vêm tentando reverter esse processo, e formas mais dialógicas de transcrição e edição das palavras ancestrais vão abrindo novos caminhos de comunicação entre mundos tão estranhos e ao mesmo tempo tão familiares e tão necessários à compreensão das nossas raízes e à luta contra a devastação ambiental.
Com textos de Marco Lucchesi, José Luís Jobim, Alexandre Nodari, Guilherme Gontijo Flores, Adalberto Müller, Bruna Franchetto, Álvaro Silveira Faleiros, Pedro de Niemeyer Cesarino, Ian Packer, Luciana De Oliveira
Cursos de Pós na UFSC
- A metamorfologia de Macunaíma: sobredeterminação e abigarramento em Mário de Andrade e precursores (Disciplina PPGLIT/UFSC 2024.1)
- A floresta de Clarice (Disciplina PPGLIT/UFSC 2024.2)
Vídeos com falas
- De estrelas e inscrições: os “letreiros” de Macunaíma (palestra no I Colóquio Constelação Selvagem – Walter Benjamin e a Amazônia – Ciclo Virtual , Manaus, 2024)
- A escrita e a escuta: sobre os interlocutores de Riobaldo e Kopenawa (comunicação no Seminário Guimarães Rosa: veredas & derivas, Florianópolis, 2024)
- “Ex-possível” (comunicação em mesa do Colóquio Internacional: A Vida Enigmática do Signo – por um estruturalismo dionisíaco, São Paulo, 2024)
- Mundos incomuns (comunicação na mesa Como construir o “bem-viver” em nossas leituras e práticas acadêmicas? do XVIII Congresso Internacional ABRALIC, Salvador, 2023)
- Nós-outros: sobre o sujeito do Manifesto Antropófago (comunicação no Congresso Intercontinental Modernismo Brasileiro – 100 anos, Florianópolis, 2022).
- Aparentar-se a outro: imitação e perspectivismo (abertura do IX Seminário de pesquisa PPGLIT/UFSC, Florianópolis, 2021)
- “Os homens é que eram máquinas e as máquinas é que eram homens”: a crítica xamânico-macunaímica da objetivação (comunicação na Jornada Metamorfoses de Macunaíma, Campinas, 2020)
- A literatura e o perspectivismo (participação no seminário “Variações do Corpo Selvagem: Eduardo Viveiros de Castro, fotógrafo”, São Paulo, 2015).
- Limitar o limite: modos de subsistência (comunicação no Colóquio Internacional Os Mil Nomes de Gaia – do Antropoceno à Idade da Terra, Rio de Janeiro,2014)
Artigos e capítulos disponíveis online
- I kûatiarypyrama: apontamentos para uma “lição de escrita” tupinambá (2024)
- Sherazade e as mil e uma Palestinas (2024)
- A(s) encruzilhada(s) de Macunaíma (2024)
- Revisitando a “Carta Guarani Kaiowá”: repercussões, retomadas (em co-autoria com Adalberto Müller, 2024))
- Recipropriedade: delineamentos iniciais de uma figura conceitual (2023)
- A função mágica do discurso: esboço para uma teoria geral do sujeito zero (2023)
- Narrativa (2022)
- “Filhos do sol, mãe dos viventes”: sobre o enunciador do “Manifesto Antropófago” (2022)
- Aparentar(-se) a outro: elementos para uma poética perspectivista (2021)
- A tradução da/dá origem: notas sobre mito, romance e encontro de mundos (2020)
- A metamorfologia de Macunaíma: notas iniciais (2020)
- Limitar o limite: modos de subsistência (2019)
- Alterocupar-se: obliquação e transicionalidade na experiência literária (2019)
- O indizível manifesto: sobre a inapreensibilidade da coisa na “dura escritura” de Clarice Lispector (2018)
- A (outra) gente: multiplicidade e interlocução no Grande sertão: veredas (2018)
- A questão (indígena) do Manifesto Antropófago (em co-autoria com Maria Carolina de Almeida Amaral, 2018)
- Quase-evento: sobre a estoricidade da experiência literária (2017)
- “O meu nome é Miramar” : vida e obra de um duplo (2017)
- Eu, pronome oblíquo (em diálogo intersemiótico com André Vallias, 2016)
- Soberanos e piratas, censores e vagabundos: a ameaça da eversão n’Os Seis livros da República (2016)
- A literatura como antropologia especulativa (2015)
- “A vida oblíqua”: o hetairismo ontológico segundo G.H (2015)
- “A transformação do Tabu em totem”: notas sobre (um)a fórmula antropofágica (2015)
- O extra-terrestre e o extra-humano: notas sobre “a revolta kósmica da criatura contra o criador” (2013)
Resenhas, orelhas, prefácios e posfácios
- Virar o virá: virá o virar (Prefácio a “O tropo tropicalista”, de João Camillo Penna, 2017)
- totemsemia (em co-autoria com Flávia Cera e Marcos de Almeida Matos); (Posfácio a Totem, de André Vallias, 2017)
- Tradizer (Prefácio de Algo infiel, de Guilherme Gontijo Flores e Rodrigo Tadeu Gonçalves, 2017)
- [Orelha de Sul, de Veronica Stigger] (2016)
- Ex-entre-cidade (Posfácio a oratorio, de André Vallias, 2015)
- Devolver nada ao nada: a experiência poética de Brasa Enganosa (Resenha de livro de Guilherme Gontijo Flores, 2015)
- A propriedade originária (Prefácio às “Investigações filosóficas sobre o direito de propriedade”, de Jacques Pierre Brissot, 2014)